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Voa Isabel

Minha homenagem à poeta Isabel C. S. Sousa, colega das aulas de iniciação musical. Poetava o mundo à sua volta, recitava seus poemas com alma e voz de saudosa lisboeta. Sem aviso prévio, se foi no sábado 27/04/2019.

Isabel voa

De volta à Lisboa

Ou seria Portugal

A brisa do seu mar

Longe o olho de todo mal

Frágil coração desmonta

Palco nenhum encontra

Alegria na solidão

De perder de vista

Bela cidade natal.

Hoje volta Isabel,

Sua poesia vai junto.

Sento no banco de uma praça

Imortalizo sua figura

Solidão defenestrada

Na morte não anunciada.

Um dos poemas de Isabel, publicado no seu último livro, A voz da poesia, da editora Scortecci:

Quando eu partir

Quando eu partir

Para não voltar,

Não tiver mais porvir,

Minha mente se apagar,

Que restará afinal?

Palavras rasuradas…

Prosa sem cunho real

Rabiscada e abafada

Retalhos de uma esteira

Ao acaso confeccionada,

Cada palavra é um retalho,

Cada ponto uma parada

Cada virgule um atalho.

Sem palavras não há história

Sem palavras não há poesia

Elas marcam derrota-vitória,

A esperança e a nostalgia…

Quando meu arquivo cerebral

Se apagar…

Que restará afinal?

Palavras em algum lugar

Teimosas irão ficar

Quem sabe? Serei imortal!

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